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Vamos conhecer Muhammad (parte 2 de 2)

Avaliação:

Descrição: A segunda parte de uma lição de duas partes acerca do homem chamado Muhammad (que a paz esteja sobre ele), cujo nome é mencionado na Shahada.

Por Imam Mufti

Publicado em 12 Dec 2019 - Última modificação em 25 Jun 2019

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Pré-requisitos

·O Testemunho da Fé.

Objetivos

·Conhecer a importância do Testemunho da Fé.

·Conhecer o significado da segunda parte do Testemunho da Fé.

Termos em árabe

·Shahada - Testemunho da Fé.

·Tahajjud - Oração voluntária feita durante a noite.

Muhammad levava uma vida simples, sem extravagância ou luxos. Ele deu as costas à sua vida mundana e afastou-se dela. Considerava-a como sendo uma prisão, e não um paraíso!

Se assim quisesse, poderia ter tido tudo o que desejasse, pois foram-lhe dadas as chaves dos seus tesouros, porém ele as recusou.

Ele não trocou parte da sua recompensa da outra vida pela sua vida terrena. Ele sabia que esta vida era apenas uma zona de trânsito e não uma residência permanente. Ele compreendeu muito bem que se trata de uma parada temporária, e não um parque de diversões. Soube atribuir-lhe o seu verdadeiro valor: o de uma nuvem de verão que rapidamente se dispersa.

Ainda assim, Allah diz que lhe enriqueceu quando ele necessitava:

“Não te achou necessitado e te enriqueceu?” (Alcorão 93:8)

Aisha, sua esposa, disse:

“Passaria um mês sem que a família de Muhammad acendesse fogo nas suas casas para cozinhar. Eles subsistiam-se com duas coisas: água e tâmaras. Alguns dos seus vizinhos Ansar[1] costumavam enviar-lhe leite das suas ovelhas, o qual bebia e dava de beber à sua família.” (Sahih Al-Bukhari, Sahih Muslim)

Ela relatou que a família de Muhammad (que a misericórdia e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) nunca pôde comer pão até se saciar por três dias consecutivos desde o momento da sua chegada à Medina até ao seu falecimento, o que equivale a um período de 10 anos!

Apesar de tudo isso, costumava levantar-se durante a noite para mostrar sua gratidão ao seu Senhor realizando a oração noturna de tahajjud. Ele rezava por tanto tempo que seus pés se inchavam! Quando foi perguntado por que é que adorava tanto a Allah, sua resposta foi:

“Não deveria eu ser um servo grato a Allah?” (Sahih Al-Bukhari, Sahih Muslim)

Umar, um dos seus amigos próximos, lembrando-se dos dias em que passava fome, disse que às vezes o Profeta não tinha sequer tâmaras velhas para saciar a sua fome!

Abdullah ibn Mas'ud, outro dos seus companheiros, disse que uma vez quando o Profeta despertou do seu sono as marcas da esteira, feita de folhas da tamareira na qual costumava se deitar, notavam-se claramente no seu corpo. Ibn Mas’ud queixou-se dizendo:

“Que o meu pai e a minha mãe sejam o teu resgate! Por que é que não nos deixaste preparar-te algo (mais suave) que te protegesse?

Ele respondeu:

‘Não tenho nada a ver com este mundo. Sou como um viajante, que para sobre a sombra de uma árvore por um curto tempo, e depois de descansar, retoma a sua viagem deixando a árvore para trás.’” (Al-Tirmidhi)

Vários conquistadores nos anais da história são conhecidos por derramar rios de sangue e por erguer pirâmides de crânios. O Profeta Muhammad era conhecido pela sua tolerância, ele nunca se vingou de ninguém que lhe houvesse causado algum dano, nunca bateu em ninguém com a sua mão, quer seja uma mulher ou um servo, exceto em campo de batalha, quando lutava pela causa de Allah para defender a fé.

A sua grande misericórdia pôde-se observar quando entrou em Meca como um conquistador depois de oito anos de exílio.

Ele perdoou a maioria daqueles que o haviam perseguido e obrigado a ele e a sua família a viverem exilados fora de Meca por três anos; aqueles que o chamaram de maluco, poeta e de possuído. Perdoou a Abu Sufyan, um dos homens mais malvados, que causava intrigas para persegui-lo dia e noite juntamente com sua esposa Hind, que mutilou o cadáver do tio muçulmano do Profeta e comeu o seu fígado cru depois de ter mandado Wahshi - um feroz escravo conhecido pelas suas habilidades marciais - assassiná-lo, o que o levou mais tarde a aceitar o Islam. Quem mais poderia ter um nível tão elevado de caráter senão o mais nobre e o mais sincero Profeta de Allah?

Wahshi, um escravo de Meca, obteve sua liberdade nos primeiros anos do Islam como recompensa por ter matado Hamza, o tio do Profeta, cujo corpo foi então mutilado. Quando o Islam alcançou Meca, ele fugiu para uma outra cidade, Taif. Eventualmente, Taif também sucumbiu ao poder dos muçulmanos. Foi-lhe dito que Muhammad perdoava todo aquele que aceitasse o Islam. Apesar da gravidade do seu crime, Wahshi ganhou coragem, foi ter com ele anunciando o seu Islam, e Muhammad perdoou-lhe! Ele até mesmo perdoou a antiga dona de Wahshi, Hind, a mulher que mutilou o corpo morto de Hamza e mastigou o seu coração e fígado por causa do seu grande ódio pelo Islam!

Seu perdão se estendeu até mesmo a Habbar. Quando sua própria filha, Zainab, estava a migrar de Meca para Medina, os pagãos de Meca tentaram pará-la forçadamente. Habbar foi um deles, ele fez com que a filha do Profeta, que estava grávida, caísse do seu camelo e, como consequência disso, perdeu o seu bebê! Fugindo da culpa dos seus crimes, Habbar foi até ao Irã, porém Allah guiou o seu coração ao Profeta. Assim que se apresentou perante o Profeta e reconheceu a sua culpa, pronunciou o testemunho de fé e foi perdoado pelo Profeta!

Apontando o seu dedo para a lua, Muhammad dividiu-a em duas metades. Numa noite, viajou de Meca para Jerusalém, liderou todos os Profetas em oração, e depois ascendeu além dos sete céus para se encontrar com seu Senhor. Ele curou o doente e o cego. Os demônios deixavam o corpo da pessoa possuída pelo seu comando, dentre os seus dedos fluía água, e podia se ouvir a sua comida a louvar a Allah.

Ainda assim, era o mais humilde das pessoas.

Sentava-se no chão, comia no chão, e dormia no chão.

Um dos sahabah relatou que se um estranho entrasse numa reunião onde ele estivesse presente, não seria capaz de distinguir o Profeta dos seus companheiros por causa da sua humildade.

Anas, seu servo, jurou que nos seus nove anos de serviço ao nobre Profeta, ele nunca o castigou e nem o culpou de alguma coisa.

Aqueles que o acompanhavam descreveram-no como sendo tão humilde que até mesmo uma menina podia pegar-lhe pela mão e levar-lhe para onde quisesse. Costumava visitar os muçulmanos mais desfavorecidos para ver os doentes ou assistir aos seus funerais. Costumava ficar atrás das caravanas para ajudar os fracos e orar por eles. Não hesitava em caminhar com uma viúva ou uma pessoa pobre, ou até mesmo um escravo até que conseguisse atender às suas necessidades. Respondia aos convites dos escravos para partilhar com eles nada mais do que um pão de cevada.

Ele era o melhor dos homens para com a sua família. Aisha descreveu sua humildade da seguinte forma:

“Ele costumava manter-se ocupado servindo e ajudando sua família, e quando chegava o momento da oração ele realizava a ablução e ia para a oração. Remendava suas sandálias e costurava sua roupa. Era um ser humano como qualquer outro…ordenhava sua ovelha e fazia as tarefas domésticas.” (Sahih Al-Bukhari)

Ele era, certamente, o melhor de todas as pessoas para com a sua família. Sua personalidade era tal que as pessoas não queriam se afastar dele!

Ele era o mais corajoso, o mais bravo e o mais destemido de todos os homens no campo de batalha. O cavaleiro dos Ansar, al-Bara' exclamou com surpresa:

“Quando a batalha se tornava mais violenta, procurávamos refúgio ao lado do Profeta e o mais corajoso dentre nós era aquele que conseguia acompanhá-lo no combate.” (Sahih Al-Bukhari, Sahih Muslim)

O homem valente da Arábia, Ali - o Conquistador de Khaibar - descreveu a bravura do Profeta:

“Deveriam ter-me visto no dia da Batalha de Badr, enquanto buscávamos proteção ao lado do Profeta. Ele era dentre nós o mais próximo do inimigo e teve o maior prazer da batalha nesse dia!” (Sharh as-Sunnah)

Assim era o nobre Profeta de Allah, a quem devemos amar mais do que a nós mesmos e quem Allah descreveu da seguinte forma:

“Realmente, tendes no Mensageiro de Deus um excelente exemplo (...).” (Alcorão 33:21)

Allah jura pela sua perfeição moral:

“Nun. Pelo cálamo e pelo que eles escrevem!

Tu, Muhammad, pela graça de teu Senhor, não és louco.

E, por certo, há, para ti, prêmio incessante. E, por certo, és de magnífica moralidade.” (Alcorão 68:1-4)

Tudo acerca dele - suas qualidades, seu caráter, suas palavras, e sua vida exemplar - inspiram uma pessoa a ter fé, conforme o Alcorão afirma:

“Realmente, tendes no Mensageiro de Deus um excelente exemplo (...).” (Alcorão 33:21)



Notas de rodapé:

[1] Ansar: Aqueles que auxiliaram…Um termo dado pelo Profeta aos muçulmanos residentes em Medina que aceitaram os emigrantes (ou Muhajirun) de Meca e os ajudaram a adaptarem-se ao seu novo lar.

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