Biografia detalhada do Profeta Muhammad: O período em Meca (parte 3 de 3)
Descrição: Uma lição em três partes detalhando a vida do Profeta Muhammad antes da revelação e os anos seguintes, até que os muçulmanos foram forçados a deixar Meca. Parte 3: Rejeição da mensagem e perseguição dos muçulmanos.
Por Imam Mufti (© 2016 NewMuslims.com)
Publicado em 12 Jan 2020 - Última modificação em 25 Jun 2019
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Objetivos:
·Aprender sobre o repúdio da mensagem do Profeta.
·Conhecer a perseguição dos primeiros muçulmanos.
·Conhecer a imigração de alguns muçulmanos para a Abissínia.
·Saber mais sobre a visita do Profeta a Taif.
·Aprender sobre o Juramento de Aqabah.
Termos em árabe:
·Caaba - É a estrutura em forma de cubo localizada na cidade de Meca. Serve como um ponto focal ao qual se orientam os muçulmanos durante a oração.
Rejeição da Mensagem
Haviam diferentes e variadas razões pelas quais as pessoas se negavam a aceitar o Islam.
Primeiro, a maioria deles estavam tão apegados a seus costumes tribais que não podiam imaginar abandonar os ensinamentos errados, herdados de seus antecessores.
Segundo, os líderes Quraish temiam perder sua posição e poder.
Terceiro, os árabes amavam sua liberdade, que os permitia a todo tipo de comportamento imoral.
A oposição em Meca começou em forma de insultos e acusações. Difamavam o Profeta (que a misericórdia e as bênçãos estejam sobre ele) dizendo que era um bruxo, um poeta e que estava possuído.
Perseguição
O Islam progredia lentamente, mas com firmeza, apesar da propaganda negativa. As pessoas começaram a zombar abertamente dos crentes, rindo deles quando os encontravam. Logo, os Quraish intensificaram a perseguição e tortura de vários muçulmanos, especialmente escravos e pobres.
Bilal Ibn Rabah, um escravo negro da Etiópia que havia aceitado o Islam, foi arrastado pelo deserto quente às mãos do seu dono e forçado a deitar-se de costas na areia ardente. Então uma rocha gigante foi colocada em seu peito e eles disseram: "Ficará assim até que morra ou até que rejeite Muhammad e adore os nossos ídolos". Ele respondeu, dizendo: "Um! Um!", o que significa que só adoraria a Allah. Um dia, durante o processo de tortura, Abu Bakr As-Siddiq passou por ali, comprou Bilal e o libertou, bem como seis outros escravos muçulmanos que estavam sendo oprimidos.
Na Abissínia
No quinto ano da sua missão profética, o Mensageiro de Deus recomendou que alguns dos crentes emigrassem para a Abissínia. Esta terra, que fica do outro lado do Mar Vermelho na África, era governada por um rei justo conhecido como Negus. Mais de uma dezena de muçulmanos, tanto homens como mulheres, emigraram, incluindo a própria filha do Profeta, Ruqaiah, com seu marido.
Chega o alívio
No sexto ano da missão, Hamza Ibn Abdul Muttalib, um dos tios paternos do Profeta, mudou de opinião e aceitou sinceramente o Islam. A sua aceitação ao Islam causou grande comoção em Meca. A conversão de Hamza demonstrou ser uma grande fonte de força para os muçulmanos e ajudaria a aliviar a perseguição.
Em pouco tempo, Omar Ibn Al Khattab também aceitou o Islam sem manter em segredo. Se dirigiu aos inimigos do Islam e disse que havia se convertido. Estavam furiosos, mas não podiam fazer nada, porque temiam Omar. Graças a Hamza e Omar, os muçulmanos puderam adorar a Allah publicamente nas proximidades da Caaba sem temer os Quraish.
Sanções
Os Quraish estavam frustrados. Haviam tentado por todos os meios deter a mensagem do Islam, porém, quanto mais tentavam, mais o Islam se espalhava. Deveriam fazer algo mais drástico. Alguns líderes especialmente islamofóbicos, dos Quraish, celebraram uma reunião secreta na qual decidiram boicotar o clã do Profeta Muhammad até concordarem em entregar o Profeta. Um acordo foi assinado para que tanto o clã de Hashim, como seus aliados próximos, o clã Muttalib, fossem boicotados por todos os Quraish. Ninguém poderia comprar, vender ou casar com eles. A situação durou três anos, até que alguns dos mequenses decidiram que era suficiente.
O Ano da Tristeza
Abu Talib, o tio do Profeta, estava doente e eram seus últimos dias. Antes de dar seu último suspiro, o Profeta tentou, pela última vez que ele aceitasse o Islam, porém, ele negou. Era aberta a temporada de caça ao Profeta, agora que a proteção de seu clã praticamente havia desaparecido. Pouco depois da morte de Abu Talib, o malvado Abu Lahab, tio do Profeta, aproveitou a oportunidade para atacá-lo. Obrigou seus dois filhos a se divorciarem de suas esposas, ambas filhas do Profeta.
Visita a Taif
Depois de dez anos de difundir o Islam em Meca, o Profeta viajou a uma aldeia próxima, chamada At-Taif, a uns cinquenta quilômetros a leste. Visitou os líderes da tribo Zaqif, porém foi insultado e rejeitado por eles.
Convocando as tribos ao Islam
Por vários anos, o Profeta convocou as diferentes tribos da Arábia para o Islam durante o período de peregrinação. Como a maioria das tribos enviava pelo menos alguns dos seus membros a Meca a cada ano, a maior parte da Arábia já havia ouvido falar da Mensagem do Islam. No décimo primeiro ano da profecia, alguns homens da tribo de Khazraj aceitaram o Islam. Viviam numa cidade chamada Yathrib, que tinha sido recentemente assolada por constantes guerras civis.
Juramento em Aqabah
No ano seguinte, os homens de Yathirb regressaram a Meca com uma delegação de doze pessoas. O profeta se reuniu com eles em segredo, durante a noite em um local chamado Aqabah. Esta vez, o Profeta propôs realizar um juramento de lealdade: "Não associar nenhuma divindade junto a Allah, não roubar, não cometer adultério, não matar os filhos, não caluniar os demais e não desobedecer ao Profeta no bem que ele ordena."
Logo, no décimo primeiro ano da profecia, foram setenta e três homens e duas mulheres a Meca, para se encontrarem com o Profeta durante a temporada da peregrinação. Reuniram-se de novo, em segredo, em Aqabah, porém desta vez pediram especificamente que o Profeta fosse a Yathrib e que se tronasse o novo líder.
Antes de aceitar sua oferta, ele pediu o compromisso de cada um deles: "Me escutarão e me obedecerão no que for fácil ou difícil, doarão se forem ricos ou não, encorajarão outros a fazer o bem e advertirão contra o mal, não temerão censura quando fizerem algo por Allah, e me protegerão da mesma forma que protegeriam suas próprias famílias.”
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