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Os Califas Bem Guiados: Umar ibn Al-Khattab (parte 1 de 2)

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Descrição: Uma breve biografia do companheiro, amigo e segundo Califa Bem Guiado do Islam.

Por Aisha Stacey (© 2013 NewMuslims.com)

Publicado em 02 Jan 2020 - Última modificação em 17 Mar 2015

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Objetivo:

·Aprender sobre a vida de Umar ibn Al-Khattab e entender sua importância na história do Islam

Termos em árabe:

·Khalifah (plural: Khulafa’) – Califa. Às vezes soletrado Khalif. Ele é o principal governante religioso e civil muçulmano, considerado o sucessor do Profeta Muhammad. Um Califa não é um monarca.

·Ummah - Refere-se à toda comunidade muçulmana, a despeito de cor, raça, idioma ou nacionalidade.

·Caaba - A estrutura de forma cúbica localizada na cidade de Meca. Serve como ponto principal para o qual os muçulmanos dirigem-se ao rezar.

·Rashidun – Aqueles que são guiados corretamente. Mais especificamente, um termo coletivo para se referir aos quatro primeiros Califas.

·Sunnah - A palavra Sunnah tem vários significados segundo a área de estudo; contudo o significado que geralmente se lhe atribui é: palavras, ações e aprovações do Profeta.

RightlyGuidedCaliphsUmar1.jpgO segundo dos Califas Bem Guiados (Al-Khulafa 'Ar-Rashidun) era Umar ibn Al-Khattab. Ele também foi o primeiro homem a receber o título de Comandante dos Fiéis. Umar assumiu a liderança da Ummah após a morte de Abu Bakr. O ano era 634 E.C. e Umar governou por aproximadamente 10 anos.

Ele nasceu em uma família de classe média, aproximadamente 11 anos após o nascimento do Profeta Muhammad. Ele tinha o que chamamos de educação severa, seu pai lhe batia quando julgava necessário e, às vezes, trabalhava com seu filho a ponto de exaustão. Apesar disso, Umar era culto, uma habilidade incomum na Arábia pré-islâmica, e se transformou em um homem alto, bem construído e musculoso, conhecido por seu comportamento feroz e habilidades de luta.

Quando Umar cresceu, ele complementou a escassa renda que ganhava pastoreando para o pai e as tias, participando de competições de luta livre. Sua habilidade aumentou e também sua perspicácia nos negócios. Quando o Profeta Muhammad, que a misericórdia e as bênçãos de Allah estejam sobre ele, começou a chamar abertamente as pessoas ao Islam, Umar era um comerciante e empresário de sucesso.

Seu caminho para a verdade começou com um ódio intenso ao Islam. Umar foi um dos homens em Meca que considerou o Islam um obstáculo ao crescimento econômico e à estabilidade. Assim, ele usou sua imensa força e influência para ridicularizar a nova religião e participou abertamente do abuso e tortura de alguns dos convertidos mais fracos. Seu ódio pelo Islam era tão forte que ele se ofereceu para matar o Profeta Muhammad e, assim, pôr fim às mudanças que estavam ocorrendo em Meca.

A história completa da conversão de Umar ao Islam pode ser encontrada em muitos sites.[1] No entanto, para encurtar, podemos dizer que Allah o impediu de matar o Profeta Muhammad e, em vez disso, conquistou seu coração através do belo som do Alcorão sendo recitado. Quando Umar declarou sua intenção de assassinar o Profeta Muhammad, um jovem crente tentou desviá-lo, revelando que a querida irmã de Umar e seu marido haviam se convertido ao Islam. Teve o efeito desejado e Umar mudou de rumo. Ele ficou tão irritado com a situação que atacou sua irmã e causou-lhe um grande dano, até mesmo tirando sangue, mas depois de alguns minutos percebeu como ele quase machucou sua irmã e se acalmou. Ele pediu para ouvir as partes do Alcorão que sua irmã estava recitando antes de invadir sua casa.

Seus olhos encheram-se de lágrimas de remorso e alegria, e ele correu para o Profeta Muhammad, declarando seu amor pelo Islam e pelo Mensageiro de Allah. Em poucos dias, Umar conduziu uma procissão de crentes à Caaba, onde eles oravam abertamente. O Islam foi fortalecido por Umar; seu ódio feroz se tornou amor e ele declarou que sua vida e sua morte agora pertenciam a Allah e a seu Mensageiro, Muhammad. Os dois primeiros Rashidun, Abu Bakr e Umar ibn Al-Khattab tornaram-se amigos íntimos e foram os dois companheiros mais próximos do Profeta Muhammad. Relata-se que Ali ibn Abi Talib disse que o Profeta Muhammad saía de manhã com Abu Bakr e Umar e retornava à noite com Abu Bakr e Umar.

Umar ibn Al-Khattab era um homem piedoso e generoso. Ele costumava passar as noites em adoração, e acreditava firmemente na promessa de Allah ao Paraíso. Umar prontamente gastou sua riqueza pela causa de Allah e em benefício dos crentes. Certa vez Umar distribuiu 22.000 dirhams aos necessitados e tinha o hábito de doar sacos de açúcar. Quando Umar foi perguntado por que ele distribuiu o açúcar, ele disse: "Porque eu adoro açucar e Allah disse, 'Não alcançareis a bondade, até que despendais daquilo que amais. E o que quer que despendais, por certo, Allah é, disso, Onisciente.'" (Alcorão 3:92)”

Umar foi o melhor em justiça depois dos Profetas e Abu Bakr. O Profeta Muhammad disse: “Siga o exemplo dos dois que me sucederam, Abu Bakr e Umar.[2] A Sunnah está cheia de exemplos das virtudes de Umar ibn Al-Khattab, incluindo esta declaração profunda e significativa do Profeta Muhammad: “Entre as nações que vieram antes de vocês, algumas foram inspiradas; se alguém da minha Ummah fosse inspirado, seria Umar.”[3]

Umar amava tanto o Profeta Muhammad que estava determinado a permanecer perto dele durante todas as batalhas em que os exércitos muçulmanos participavam. Entende-se que estava presente na primeira batalha, na batalha de Badr e em todas as outras batalhas nas quais o Mensageiro de Allah estava presente. Umar era um grande homem e um grande líder; de fato, sua fé, conhecimento, intelecto, atitude e influência eram todos excepcionais e todos baseados em seu forte relacionamento com Allah e Seu Mensageiro.

Quando o Profeta Muhammad morreu, a Ummah inteira entrou em profundo estado de choque. Ninguém mais que Umar. Ele se sentiu perdido e descontrolado, até se recusando a acreditar que o Profeta Muhammad havia falecido. Abu Bakr teve que resolver o assunto com suas próprias mãos e afastar as pessoas de Umar. Em seu famoso discurso, ele (Abu Bakr) disse: “Quem dentre vocês adorou Muhammad, sabe que ele está morto, mas quem adorou Allah, sabe que Allah está vivo e nunca morrerá”. Ele então recitou o Alcorão 3:144 dizendo: “E Muhammad não é senão Mensageiro; de fato, outros Mensageiros passaram, antes dele. Então, se ele morrer ou for morto, tornareis atrás, virando os calcanhares? E quem torna atrás, virando os calcanhares, em nada prejudicará a Allah. E Allah recompensará os agradecidos." O povo foi dominado, como se nunca tivesse ouvido esse versículo antes, o que, é claro, eles tinham. Todos na dor começaram a recitar. Umar disse que ao ouvir Abu Bakr recitar, começou a ficar tonto e caiu no chão. Ele então entendeu que o Profeta Muhammad estava morto.

Quando Abu Bakr tornou-se o primeiro dos Califas Bem Guiados, Umar apressou-se a jurar lealdade a ele e a incentivar outros a fazê-lo, prestando juramento de lealdade publicamente. Mal sabia Umar ibn Al-Khattab que em pouco mais de dois anos ele estaria em pé, na frente da Ummah, como o segundo Califa.

Continua na parte 2



Notas de rodapé:

[1] http://www.islamreligion.com/articles/2100/viewall/

[2] At Tirmidhi

[3] Sahih Al-Bukhari, Sahih Muslim

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